Imposto de Renda para médicos: tudo que você precisa saber

Quando chega a hora de acertar as contas com a Receita Federal várias dúvidas surgem e se inicia a grande procura por notas e recibos. E, como estão sempre na mira do leão, os médicos e dentistas devem saber a fundo as regras para declaração. Assim, neste post, você verá algumas dicas sobre 5 coisas que os médicos devem saber sobre o Imposto de Renda.

1. Informar os CPFs de todos os pacientes

A declaração do IR de médicos tem peculiaridades que a diferem de outras profissões. Uma delas, por exemplo, é a exigência para informar no sistema da Receita Federal os CPFs de cada um dos clientes que tenha feito algum tipo de pagamento.

Apesar de parecer algo novo, essa norma já existia desde 2016. Quando os médicos e os advogados autônomos deviam indicar o CPF no Carnê Leão. Agora, basta importar esses dados para a declaração, mesmo que os rendimentos sejam isentos.

O foco dessa exigência é o cruzamento de dados na Receita. Ou seja, entre a declaração de valores de despesas médicas pelos pacientes e os recebimentos de proventos pelos profissionais, já que ambos têm que enviar informações para o Governo.

2. Plantões médicos devem constar na declaração

Trata-se de uma típica dúvida na hora de fazer a declaração do IR. Os plantões são um tipo de remuneração, o que explica a exigência. Assim como é necessário ter disponível todos os dados da fonte pagadora desses serviços.

3. Médicos residentes não precisam declarar as bolsas de estudo

Apesar de ser um tipo de provento, as bolsas de estudos para médicos residentes são isentas do IR. Pois, essa bolsa é regida pelo art. 26 da Lei nº9.250/1995, que caracteriza esses rendimentos como doação. Desde que utilizados para estudo e pesquisa.

Porém, as informações devem ser preenchidas na declaração. Para isso, basta acessar no sistema a aba “Rendimentos Isentos”. E também é preciso solicitar o informe de rendimentos anuais a fonte pagadora da bolsa de residência médica.

4. Doação de um percentual do imposto a ser pago

Uma possibilidade tão importante e pouco conhecida: pessoa física pode doar até 6% do imposto devido para uma das instituições cadastradas na Receita Federal. Porém, deve-se fazer o repasse até dia 31/12 para que o valor seja válido.

Caso perca este prazo, ainda se pode ajudar um órgão beneficente, mas o percentual reduz para 3%. O que isso significa? Ao invés de pagar o valor total do seu imposto para o governo, você pode ajudar a salvar uma vida ou colaborar com uma causa social.

Por fim, você precisa verificar no rol da Receita Federal se consta a instituição que será beneficiada. Além disso, é importante guardar todos os recibos das doações do ano anterior ao da declaração.

Essa deveria ser uma informação que não só os médicos devem saber sobre o Imposto de Renda como qualquer outro profissional.

5. Informe os gastos que podem ser deduzidos

O que poucos médicos sabem é que têm despesas que fazem parte da rotina de uma clínica e podem ser abatidas do imposto devido. Então, para economizar, informe os seguintes gastos:

  • Encargos sobre a contratação de funcionários, desde que registrados na clínica;
  • Despesas fixas da clínica, tais como, luz, água, aluguel, condomínio e telefone;
  • Compras de materiais de consumo e de escritório;
  • Pagamentos do Conselho de Classe e sindicatos;
  • Investimentos em propaganda da clínica.

E então, gostou do nosso post? Espero que tenha ajudado você a economizar na hora de pagar o seu IR. Caso precise de uma consultoria contábil, somos especializados em profissionais de saúde. Portanto, entre em contato conosco nas nossas redes sociais ou tire suas dúvidas por email e telefone.


Leia também: Contabilidade: a importância da sua aplicação nas clínicas médicas

Resumindo

Como Médico deve fazer Declaração de Imposto de Renda?

Declare os 8 pontos a seguir:

  • CPF de todos os pacientes;
  • Plantões médicos;
  • Encargos com funcionários;
  • Despesas fixas (água, luz, internet, aluguel,...);
  • Materiais de consumo da Clínica/Consultório;
  • CRM e sindicatos;
  • Marketing;
  • Bens e patrimônio (se os rendimentos isentos forem superior a R$ 40mil ou se tiver bens acima de R$ 300mil).

Quanto um Médico paga de Imposto de Renda?

Depende! O diferencial do médico é que ele recebe de diversos lugares e de várias formas diferentes. Então ele pode pagar desde 6% de impostos em um tipo de Pessoa Jurídica, como 27,5%. Só um contador especialista vai poder melhorar essa tributação.

Quem faz residência precisa declarar Imposto de Renda?

Não! Residentes não precisam declarar a bolsa de estudos, de acordo com o art. 26 da Lei nº9.250/1995.

 

Sobre a Autora:

Adriana FrançaAdriana França

Sócia fundadora da ContaDr. e Especialista em Contabilidade para Profissionais da Área da Saúde

Linkedin [email protected]

Livro caixa e carnê leão: o que é e como fazer?

Grande parte dos profissionais de saúde, assim como em qualquer área, está sujeito ao imposto de renda e à declaração do mesmo. Portanto, para os médicos que atuam como pessoa física, é preciso entender como fazer o recolhimento do Imposto e a declaração do mesmo. Neste post, vamos falar sobre o livro caixa e o carnê leão.

O que é o livro caixa e o carnê leão?

No fim dos anos 70 o governo criou, para profissionais liberais e autônomos, opções que facilitam o recolhimento de impostos. E assim surgiram o livro caixa e o carnê leão. Isto é, antecipa-se o imposto no momento dos recebimentos de pessoas físicas em que não haja nenhum vínculo empregatício.

Lembrando que grande parte dos profissionais de saúde são classificados como liberais que têm a mesma ideia do profissional autônomo. Sendo que este opera de forma independente, sem vínculo empregatício e aquele faz parte de um conselho que regulamenta a profissão, como os médicos fazem parte do CRM.

Por exemplo, se um médico atende pessoas físicas e recebe da mesma forma, ele deve declarar o valor que ele ganha pelo serviço e recolher por meio do carnê leão. Na maioria dos outros casos, o recolhimento é feito diretamente na fonte. Mas, nestes casos, o Governo não tem controle sobre isso, ficando a cargo do profissional fazer o recolhimento.

Então este é o primeiro passo. A cada mês seguinte aos rendimentos, o profissional precisa fazer o recolhimento do imposto pelo carnê leão de modo a estar totalmente em dia com o Fisco. Este é o caso de médicos, dentistas e psicólogos que trabalham como pessoa física.

Carnê leão e declaração do imposto de renda

O outro ponto em relação ao carnê é que ele é usado para a declaração de ajuste anual do imposto de renda. Esta ocorre no início do ano seguinte ao que está sendo declarado, e os recolhimentos do carnê leão são abatidos do imposto a pagar. Assim, a Receita sabe se ainda existe imposto devido ou se o contribuinte tem direito à restituição.

Na prática, o programa do carnê-leão é o livro caixa da pessoa física. Ou seja, é o local onde são registradas as informações financeiras que ocorrem no dia a dia, tanto em relação aos pagamentos como aos gastos. E, para que isto seja feito, é necessário baixar um programa no site da receita federal para poder colocar os dados corretos.

E o melhor é que o processo é bem simples, basta instalar o programa e lançar mensalmente todos os recibos emitidos e adicionar o CPF de quem recebeu o serviço. Isso é muito importante, especialmente por conta das deduções.

As despesas médicas podem ser deduzidas do Imposto de Renda, o que significa que os pacientes irão declarar estes gastos de modo a ter um maior desconto no Imposto. Então, como a Receita faz a conferência em ambos os lados, é preciso que o profissional também informe estes valores.

Como preencher o livro caixa?

No momento de fazer o livro caixa, o processo é bem simples. A única recomendação é ter bastante atenção para não errar nenhuma informação e acabar caindo na malha fina por conta de um erro bobo.

Porém, como dito acima, os médicos também podem declarar as despesas com o seu trabalho. Elas incluem o aluguel do espaço, os custos com energia elétrica, condomínio, CRM e qualquer outra que seja necessária à execução dos serviços.

Já em relação ao pagamento do imposto, é usado o DARF. Esta é a guia de recebimento de impostos oficial do Governo, e o cálculo é bem simples. Para encontrar o valor a ser pago é preciso diminuir a receita da despesa para encontrar o rendimento. Então, basta aplicar a tabela da receita federal para encontrar o valor a ser tributado.

    • Até R$ 1.903,98 – Isento;
    • De R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 – 7,5%;
    • R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 – 15%;
    • R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 – 22,5%;
    • Acima de R$ 4.665,69 – 27,5%;

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O próprio programa do Carnê Leão faz o cálculo, não se preocupe!

Após o pagamento, é preciso guardar tanto a Darf quanto o arquivo do carnê-leão que é importado pelo programa de declaração de ajuste anual, facilitando o processo.

Existe outra opção ao livro caixa?

Outra opção interessante para o profissional de saúde que não quer usar o carnê-leão é se formalizar como PJ. Neste caso, a DMED (Declaração de Serviços Médicos e de Saúde) é de uso exclusivo para os profissionais desta área.

Para fazer a declaração o processo é o mesmo, sendo necessário trazer os valores recebidos, o número do CPF e o nome de quem recebeu o serviço. Sendo que só quem pode fazer tal declaração é o Contador! A diferença é no valor dos impostos pagos. A alíquota é diretamente na receita e é VARIÁVEL (converse com seu contador sobre!), somando todos os impostos cabíveis. Isso significa que os médicos e profissionais de saúde têm uma escolha a fazer: qual é o melhor modelo?

Como praticamente tudo o que acontece no mundo contábil, a resposta é que depende da situação. Em geral, o carnê-leão tem uma carga tributária mais alta do que na opção jurídica, mas pode ser que esta opção seja mais vantajosa, dependendo do faturamento e de quantas despesas o profissional tem.

Logo, não existe muita opção. Quem quiser encontrar a opção mais vantajosa precisa colocar os rendimentos, despesas e impostos na ponta do lápis e fazer a conta do que mais vale a pena. Outra opção é usar o simulador de alíquota efetiva da própria receita para encontrar o valor a ser pago.

Consulte um contador de confiança

Por fim, mais uma dica é consultar um contador de confiança para ajudar você a entender a opção mais valiosa. Lembrando que quem for seguir com a opção de ser PJ, necessariamente precisa de um contador. Logo, é mais um bom motivo para conversar e entender o que pode ser mais vantajoso para você.

Portanto, se quiser uma consultoria para contabilidade em médicos, você pode entrar em contato conosco por telefone, e-mail, WhatsApp ou mídias sociais. Somos uma empresa especializada na contabilidade para a área de saúde, portanto, se você tiver alguma dúvida ou quiser abrir uma PJ para este tipo de profissão, podemos encontrar a solução ideal para você!


Leia também: Como sair da mira da Receita Federal

 

Resumindo

Para quem é o Livro Caixa?

Em linhas gerais, para Médicos e Dentistas que não têm Pessoa Jurídica e que faturam até R$ 7.000,00. Mas isso não é uma regra pétrea, o ideal é consultar um contador especializado em saúde.

Quem deve pagar o Carnê Leão?

O Carnê Leão é obrigatório para todos Dentistas e Médicos, Pessoas Físicas, que recebem mais de R$ 24.000,00 ao ano, ou seja, R$ 2.000,00 por mês.

PJ pode fazer Livro Caixa e Carnê Leão?

Não. Esses atributos são especificamente para Pessoas Físicas. Pessoas Jurídicas tem outros enquadramentos tributários com outras faixas de impostos, como Simples Nacional Anexo III que costuma ser interessante para esses profissionais.

Sobre a Autora:

Adriana FrançaAdriana França

Sócia fundadora da ContaDr. e Especialista em Contabilidade para Profissionais da Área da Saúde

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Como sair da mira da Receita Federal

Os profissionais da saúde estão na mira da Receita Federal. Isto por várias razões, seja por poderem receber de diversos locais, por receberem de muitas formas diferentes ou mesmo por poderem pagar para fazer Elisão Fiscal. Ou seja, para pagar menos impostos de forma legal e amparados juridicamente.

Elisão Fiscal

Uma dessas formas é o Livro Caixa, o qual já falamos sobre neste post aqui, se quiser saber mais. Mas vamos dar um resuminho: o Livro Caixa cria a possibilidade de deduzir os gastos para pagar menos impostos. Isto é, os impostos recaem sobre a diferença do que se ganha menos o que se paga, não mais em cima só do que se ganha, que seria um valor muito maior.

No entanto, nem todas as despesas são dedutíveis. E aqui devemos ficar muito atentos, se possível, com auxílio de um profissional especializado. Se você colocar despesas não dedutíveis a Receita pode te convidar para dar explicações.

O que não fazer?

Profissionais da saúde que trabalham como autônomos são obrigados a recolher INSS Autônomo para a Previdência Oficial. Este é um dos grandes motivos para esses profissionais sofrerem autuações, pois se não for recolhido, a Receita Federal poderá cobrar sobre os últimos 5 anos.

Portanto, não se esqueça de recolher esse imposto. E tenha certeza que, ao menos, seus últimos 5 anos estão muito bem organizados e sem falhas. Assim você não terá dores de cabeça nem preocupações inesperadas.

Outro ponto é o aumento do patrimônio desproporcional à renda. Este é um dos grandes motivos para prestar esclarecimentos. O aumento de seu patrimônio tem que ser proporcional a sua receita. Por exemplo, se você teve uma receita no ano de 2018 líquida no valor de R$100.000,00 seu patrimônio não poderá aumentar mais que isso.

Quanto mais, melhor!

Ao fazer sua Declaração de Imposto de Renda, por exemplo, seja o mais detalhista e completo possível. Isso fará com que não corra o risco de esquecer qualquer documento que seja rastreável pelo Governo.

Puxe os informes de todos os bancos que você possuir e declare todos os recibos que foram emitidos no ano de 2018. Além disso, se você ou seus dependentes tiverem outras receitas, não se esqueça de declará-las. Caso haja cruzamento de informações e a Receita Federal detectar esta divergência, você pode ser convidado a prestar explicações.

Caso tenha certificado digital de Pessoa Física ou possua procuração no e-CAC, puxe no portal da Receita Federal os informes de rendimentos conforme estão lá, pois ela cruzará conforme a informação que já está no sistema.

Não se preocupe

Se não quer correr o risco de cair na malha fina, deixe seu Imposto com quem entende. Nós da ContaDr. somos especialistas em profissionais da área da saúde, temos conhecimento específico para que você possa pagar o mínimo de impostos na legislação.

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Leia também: Imposto de Renda: Dicas fundamentais para economizar

Resumindo

O que é Elisão Fiscal?

Elisão Fiscal são as formas que empresas usam para pagar menos impostos ao governo e continuar dentro da lei e juridicamente amparado.

O que não fazer perante a Receita Federal?

Não se esqueça de Declarar seus ganhos e gastos e de pagar os impostos relativos a essas transações, a Receita tem 5 anos para poder verificar algum erro.

Como não cair na Malha Fina?

A melhor forma é declarar TUDO que for necessário e utilizar a declaração do seu último ano para lhe ajudar. Para saber quais são os documentos, entre em contato com uma Contabilidade Especializada!

 

Sobre a Autora:

Adriana FrançaAdriana França

Sócia fundadora da ContaDr. e Especialista em Contabilidade para Profissionais da Área da Saúde

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