A reforma tributária em debate no Brasil promete trazer mudanças expressivas na tributação da renda e na forma como as pessoas físicas recebem lucros e dividendos. Entre os pontos mais controversos está a proposta de taxar em 10% a distribuição de lucros e dividendos para pessoas físicas, o que representa uma alteração significativa para empresários, profissionais liberais e, especialmente, para clínicas e consultórios estruturados como pessoa jurídica.
A ContaDr examinou os principais impactos dessa medida, o respaldo legislativo atual e caminhos para planejamento. Confira abaixo:
Cenário atual e proposta legislativa sobre a Reforma Tributária
A isenção vigente e sua contestação
Hoje, no Brasil, a distribuição de lucros e dividendos aos sócios ou acionistas costuma ocorrer isenta de Imposto de Renda na pessoa física, desde que respeitadas as regras societárias e contábeis. Essa isenção é considerada elemento central de planejamento tributário para muitos empreendimentos.
As propostas em tramitação visam alterar esse status quo: cobrar IR na fonte (retenção) de 10% sobre lucros e dividendos, sob certas condições, e também criar um imposto mínimo para pessoas físicas (IRPFM) que abranja grandes rendas.
Projetos de taxação em debate: PL 1.087/2025 e PL 1.952/2019
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O PL 1.087/2025 (em tramitação na Câmara) prevê aplicar retenção de 10% na fonte sobre lucros e dividendos que ultrapassem R$ 50.000 mensais pagos pela mesma pessoa jurídica a uma pessoa física, a partir de janeiro de 2026.
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Também propõe a criação de um “Imposto de Renda das Pessoas Físicas Mínimo” (IRPFM), que incidirá no ajuste anual da declaração. Para rendas anuais entre R$ 600 mil e R$ 1,2 milhão, a alíquota varia linearmente entre 0 e 10%. Acima de R$ 1,2 milhão, aplica-se 10%.
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O PL 1.952/2019, em trâmite no Senado e aprovado pela comissão especial, foi adaptado para convergir em muitos pontos com o PL 1.087, incluindo a taxação dos lucros e dividendos, ajustes nas alíquotas corporativas (IRPJ/CSLL) e mecanismos de transição.
É importante destacar, que segundo o substitutivo aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), lucros e dividendos distribuídos até 31 de dezembro de 2025, desde que aprovados nos termos societários, ficariam isentos dessa retenção futura, para evitar tributação retroativa.
Ambas propostas ainda seguem para votação, para ter sua aprovação definitiva concedida.
Principais impactos da taxação 10% para clínicas
Aumento efetivo da carga tributária dos sócios
Para sócios de clínicas e consultórios, a nova regra representa uma redução direta no ganho líquido: parte dos lucros que hoje é recebida sem tributação passará a sofrer retenção de 10%. Dependendo do volume e da distribuição, isso pode significar uma perda significativa no rendimento final.
Além disso, o valor retido na fonte poderá ser abatido no cálculo do IRPFM (quando aplicável).
Incentivo à retenção de lucros
Diante da tributação, algumas empresas podem optar por reter lucros dentro do negócio em vez de distribuí-los, para postergar ou evitar o imposto. Essa prática pode alterar o fluxo de caixa dos sócios e desgastar o planejamento societário.
Complexidade maior no planejamento tributário
Com a introdução do IR na fonte sobre lucros/dividendos e do IRPFM, o planejamento tributário exigirá:
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Cálculos mais detalhados para determinar o ponto de distribuição vantajoso
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Monitoramento dos rendimentos anuais agregados para estimar se haverá incidência do IRPFM
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Avaliação de regimes tributários (Lucro Presumido, Real, Simples) com mais atenção
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Utilização do mecanismo de “redutor” (previsto no PL) que limita a soma da tributação da pessoa jurídica e da pessoa física a um teto (por exemplo, 34% para empresas comuns) para evitar dupla sobrecarga.
Transição e proteção para contribuintes de menor renda
O substitutivo aprovado na CAE incluiu medidas de compensação social: por exemplo, a proposta zera o IR para quem recebe até R$ 5 mil mensais e implica redução gradual do imposto para faixas superiores até R$ 7.350.
Também foi previsto que a tributação de lucros/dividendos só incidiria sobre resultados gerados a partir de 1º de janeiro de 2026, com proteção para lucros distribuídos ainda sob a regra antiga.
Estratégias de mitigação e adaptação frente a taxação
Para quem atua na área da saúde, essas mudanças reforçam a urgência de rever a estrutura tributária e adotar estratégias para minimizar impactos. Algumas sugestões:
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Antecipar a distribuição de lucros até 31 de dezembro de 2025, observando todas as aprovações societárias, para preservar a isenção atual.
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Planejar cuidadosamente o momento e o valor de distribuição de lucros no ano de 2026, considerando limites para não ultrapassar os patamares sujeitos à retenção.
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Revisar a estrutura societária e alterar percentual de distribuição ou forma de remuneração pode fazer diferença.
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Aprimorar controle contábil e transparência nas demonstrações o cálculo do redutor depende de informações contábeis precisas.
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Consultar contabilidade especializada, com experiência na área da saúde, para simular cenários sob os novos regimes.
Como a ContaDr pode ajudar sua clínica diante da taxação
Na ContaDr, sabemos que mudanças tributárias, como a taxação de 10% sobre lucros e dividendos, trazem incertezas e exigem decisões rápidas. Para clínicas, cada detalhe importa, desde o regime tributário escolhido até o momento certo de distribuir lucros.
É aqui que nossa especialização em contabilidade para a área da saúde faz a diferença:
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Realizamos planejamentos tributários personalizados, simulando cenários para identificar a opção mais vantajosa.
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Oferecemos controle contábil e financeiro alinhado às novas regras, garantindo que sua clínica se mantenha competitiva mesmo diante das mudanças.
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Atuamos como parceiros de longo prazo, cuidando da parte fiscal para que você possa focar no que realmente importa: a gestão do seu negócio e o cuidado com os pacientes atendidos.
Com a reforma tributária, se antecipar é sempre a melhor escolha. Conte com a ContaDr para transformar desafios em oportunidades e proteger o futuro do seu negócio.
A saúde mental na área da saúde é um tema que merece cada vez mais atenção. Existe uma grande contradição: enquanto os profissionais cuidam diariamente do bem-estar dos pacientes, muitas vezes esquecem de cuidar da própria mente. Pressão por resultados, longas jornadas, contato constante com a dor humana e a responsabilidade de salvar vidas tornam o ambiente das clínicas médicas um dos mais desafiadores.
No Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), transtornos de ansiedade e depressão estão entre as principais causas de afastamento do trabalho. Já um estudo realizado pelo Instituto D´Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) revelou que 1 em cada 6 profissionais de saúde apresenta sinais de burnout, considerando médicos, enfermeiros e técnicos.
Diante desse cenário, surge a pergunta: como os gestores de clínicas podem cuidar da saúde mental da equipe e também da sua própria?
O impacto da saúde mental no ambiente clínico
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Importância da saúde mental na área da saúde
Produtividade e qualidade do atendimento: colaboradores emocionalmente esgotados cometem mais erros, impactando diretamente o cuidado ao paciente.
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Clima organizacional: equipes sobrecarregadas geram um ambiente tenso, com maior rotatividade e baixo engajamento.
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Imagem da clínica: pacientes valorizam instituições que também cuidam do bem-estar de seus profissionais.
O papel do gestor na promoção da saúde mental
O gestor de clínica não deve apenas organizar agendas ou cuidar das finanças: é também sua função criar condições para que a equipe mantenha o equilíbrio emocional. Algumas ações práticas:
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Comunicação transparente: reduzir ruídos internos e abrir espaço para a escuta ativa.
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Distribuição justa das responsabilidades: evitar sobrecarga em determinados profissionais.
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Pausas e descanso adequado: combater a cultura do “trabalhar sem parar”.
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Apoio psicológico: oferecer convênios, parcerias com psicólogos ou rodas de conversa.
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Treinamento de líderes intermediários: capacitar coordenadores para identificar sinais de sofrimento emocional.
Dados que comprovam os benefícios
Como já falamos em outras matérias do Blog ContaDr, cuidar da saúde mental dos profissionais da empresa não é apenas um ato de empatia, mas também uma ação que beneficia a própria clínica. A Universidade de Oxford identificou que profissionais mais felizes são 13% mais produtivos.
A importância do autocuidado do gestor
Além disso, um ponto importante de se ressaltar é que esse cuidado também deve prevalecer também dos gestores com si mesmos. Muitas vezes, o gestor de uma clínica assume a posição de “pilar inabalável”, acreditando que precisa carregar todas as responsabilidades sozinho para manter o negócio funcionando.
Mas a verdade é que gestores também adoecem. De acordo com a World Mental Health Day 2024, o Brasil já ocupa o quarto lugar no ranking mundial de estresse no trabalho, e líderes estão entre os mais afetados. Cuidar de si não é sinal de fraqueza, mas sim de inteligência emocional e de visão estratégica. Afinal, um gestor sobrecarregado dificilmente conseguirá tomar boas decisões ou inspirar sua equipe. O autocuidado é o primeiro passo para liderar com equilíbrio e humanidade.
Cuidar de quem cuida
Lembre-se, nenhum gestor cresce sem o apoio de sua equipe. Em uma clínica, os colaboradores são o coração que mantém toda a estrutura funcionando. Se esse coração falha, toda a organização sofre.
Na ContaDr, incentivamos gestores de clínicas a adotarem práticas de bem-estar no ambiente de trabalho. Afinal, cuidar da saúde mental de quem cuida é a chave para crescer com saúde e humanidade.
Por Sara Mendes
O cenário da saúde mental no Brasil
Nos últimos anos, o tema saúde mental deixou de ser um tabu e passou a ocupar espaço nas principais discussões sociais, especialmente no ambiente corporativo. O Brasil é um dos países com os maiores índices de transtornos de ansiedade no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e estudos em parceria indicam que cerca de 9,3% da população brasileira, o que equivale a mais de 18 milhões de pessoas, vivem com algum transtorno de ansiedade. Além disso, um estudo da Fiocruz revelou que transtornos mentais já são responsáveis por quase 30% dos afastamentos de trabalho no país.
Dentro desse contexto alarmante, o burnout, oficialmente reconhecido pela OMS em 2022 como síndrome ocupacional, é um dos maiores desafios. De acordo com a International Stress Management Association (ISMA-BR), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com sintomas de burnout, colocando o Brasil entre os países mais afetados pelo problema.
Esses dados não podem ser ignorados. Afinal, quando o colaborador adoece mentalmente, a produtividade cai, o clima organizacional se deteriora e a empresa também sofre, causando uma reação em cadeia que desestabiliza todos ao redor.
O papel das empresas na promoção da saúde mental
Uma organização que se preocupa com a saúde mental dos colaboradores não apenas demonstra empatia, mas também investe na sua própria sustentabilidade. Algumas ações possíveis incluem:
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Comunicação interna humanizada: abrir espaços de diálogo e escuta ativa, valorizando as individualidades.
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Flexibilização da jornada: oferecer horários mais adaptáveis ou opções de home office em determinadas situações.
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Programas de apoio psicológico: convênios com psicólogos, terapias online e rodas de conversa podem ser alternativas viáveis.
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Capacitação de líderes: gestores preparados são capazes de identificar sinais de sobrecarga e apoiar suas equipes de forma assertiva.
Sendo assim, cuidar do bem-estar não é apenas uma atitude solidária, que todos deveríamos aplicar, mas também é uma atitude inteligente. Um estudo da Universidade de Oxford apontou que colaboradores felizes são 13% mais produtivos. Esse dado mostra que saúde mental e resultados andam de mãos dadas.
É nesse ponto que muitas empresas ainda se enganam: acreditam que o cuidado gera custos, quando, na verdade, gera valor. Investir em bem-estar é investir na própria eficiência do negócio.

Setembro é o mês da prevenção ao suicídio e também de conscientização da saúde mental.
Setembro Amarelo: além da campanha, um compromisso contínuo com a saúde mental
Setembro é conhecido como o mês da conscientização sobre a prevenção ao suicídio, com a campanha Setembro Amarelo, e sabemos que é nesse momento que muitas empresas se movimentam para realizar ações de bem-estar. Porém, é importante reforçar que o tema não deve ser abordado apenas nesse período. A saúde mental dos colaboradores deve ser pauta constante dentro das empresas, fazendo parte da cultura organizacional e não de uma ação pontual.
Desse modo, a forma mais eficiente de fazer isso é através de um endomarketing e RH bem estruturado, que promove uma comunicação interna sustentável que sempre destaca pontos de escuta ativa, e está sempre ao lado dos colaboradores e líderes para promover um ambiente de trabalho mais saudável.
Colaboradores: o coração de toda empresa
Lembre-se, nenhum gestor cresce sozinho. Sem a dedicação e o engajamento de seus colaboradores, nenhum negócio prospera. Podemos comparar a equipe ao coração de uma organização: se ele para, todo o organismo deixa de funcionar.
De acordo com estudo do Wellbeing Research Center, também da universidade de Oxford em parceria com a universidade de Harvard, identificou que as 100 empresas classificadas como mais felizes tiveram um retorno de 20% de seus investimentos, o que as tornou as melhores em vários indicadores de desempenho empresarial.
Não é achismo, são dados concretos que te mostram o melhor caminho para fazer com que seus funcionários cresçam junto da sua empresa.
O diferencial ContaDr: cuidado com a saúde mental da equipe e o cuidado com nossos clientes
Na ContaDr, acreditamos que a saúde mental e o bem-estar não podem ficar em segundo plano. Internamente, buscamos criar um ambiente de acolhimento e respeito, valorizando cada colaborador. Essa postura reflete diretamente no atendimento que oferecemos aos nossos clientes: humano, próximo e personalizado.
Nosso compromisso vai além da contabilidade: queremos incentivar todos que nos acompanham a também adotarem práticas de cuidado e sustentabilidade no ambiente de trabalho. Quando as empresas cuidam das pessoas, todos prosperam.
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